D. Pedro V adivinhava o futuro espantoso do novo meio de transporte.
- Os caminhos de ferro - dizia ele - não rendem muitas vezes directamente. Rendem indirectamente pelo aumento da riqueza pública. Em 24 de Agosto de 1856, resolveu o monarca levar mais longe a sua inspecção e ir mesmo de comboio até ao carregado. Dizia-se que a ponte de Sacavém não aguentaria com o peso; que todos dias dava de si... E outras coisas neste género... Aquela viagem seria assim uma espécie de ensaio geral da inauguração, já fixada para Outubro do mesmo ano.
Retirado do livro de
Adolfo Simões Muller (
A Viagem Maravilhosa do Comboio) na altura do 1º. Centenário do Caminho de Ferro em 1956. Ilustrações de
Fernando Bento. Edição da CP.
De reparar a abertura de D. Pedro V para o investimento no comboio! Realmente sempre ouvi dizer que os transportes públicos ou a "coisa" publica não são para dar lucro embora, também, não sejam para dar prejuízos. Agora, como se faz actualmente neste país, que é acabar definitivamente com imensas linhas, é um disparate completo fruto das novas tendências económicas aprendidas nas universidades das teorias e não da vida real!